O mercado de aço brasileiro enfrenta uma perspectiva desafiadora para 2024, conforme as projeções do Instituto Aço Brasil. Espera-se que a produção do setor siderúrgico caia 3%, alcançando 30,4 milhões de toneladas, comparado ao ano anterior. Essa retração na produção vem acompanhada de uma diminuição nas vendas internas, projetadas para cair 6%, totalizando cerca de 18 milhões de toneladas. Essas mudanças ocorrem em um contexto de crescentes importações, lideradas pela China, que devem avançar 20%, chegando a cerca de 6 milhões de toneladas. Em contraste, as exportações brasileiras de aço deverão apresentar um leve aumento de 1,3%, somando aproximadamente 12 milhões de toneladas.

Para enfrentar a crescente pressão das importações, que já estão em uma trajetória ascendente nos últimos anos, o setor tem negociado com o governo federal a adoção de uma alíquota de importação de 25% para alguns produtos siderúrgicos. Esse movimento visa proteger a indústria nacional diante do panorama desafiador, com importações que saltaram de aproximadamente 3,3 milhões de toneladas em 2022 para cerca de 5 milhões projetadas para este ano.

No cenário global, a demanda por aço mostra sinais mistos. Na China, a depressão no mercado imobiliário tem suprimido a demanda por aço, com expectativas de estabilização apenas no final de 2023. Enquanto isso, as economias desenvolvidas e os Estados Unidos enfrentam reduções na demanda por aço, influenciadas por diversos fatores econômicos, incluindo política monetária restritiva e alta nos custos de energia.

Em resposta aos desafios enfrentados pela indústria nacional de aço, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a exclusão de 12 produtos siderúrgicos de uma redução tarifária anteriormente aplicada, retornando as taxas de importação para 9% a 14,4%. Essa medida visa fortalecer a competitividade do aço brasileiro diante do surto de importações a preços considerados desleais. A decisão reflete o compromisso do governo em apoiar a indústria nacional de aço, tendo em vista as preocupações levantadas pelas substanciais importações dos últimos anos.

Este panorama destaca os desafios que o mercado de aço brasileiro enfrentará em 2024, marcado por uma produção decrescente, aumento das importações e esforços conjuntos do setor e governo para salvaguardar a competitividade nacional.

Fontes da notícia: Br Investing, Portal Gov e Brasil Mineral.